Por que tantos Conselhos de Turismo existem só no papel?

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Tirar o Conselho Municipal de Turismo do papel é um desafio enfrentado por muitos municípios que desejam desenvolver o turismo de forma estruturada. Em diversas regiões, os conselhos existem formalmente, aparecem em documentos, são citados em planejamentos… mas não atuam. Isso tem gerado frustração para quem trabalha com o turismo na prática, seja no setor público ou na iniciativa privada.

Empreendedores, gestores e lideranças locais costumam se queixar da falta de diálogo, da ineficiência nas reuniões e da ausência de decisões que gerem impactos reais. Não é raro ouvir que o conselho só se reúne para cumprir protocolo ou aprovar ações que já vieram prontas. A sensação é de que ele existe para constar, mas não para funcionar.

E quando o Conselho não funciona, toda a cadeia do turismo sente. As decisões deixam de ser compartilhadas, os recursos são mal aplicados, as prioridades se perdem. E o turismo, que poderia ser uma ferramenta de desenvolvimento para o território, vira uma série de ações desconectadas. Por isso, entender o que enfraquece os Conselhos e o que pode ser feito para fortalecê-los é tão importante.

O que é, de fato, um Conselho Municipal de Turismo?

O Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) é um órgão colegiado que pode ser de caráter consultivo e/ou deliberativo. Sua função é acompanhar, propor, discutir e fiscalizar as políticas públicas voltadas ao turismo no município. Ele deve ser composto por representantes do poder público, do setor privado e da sociedade civil organizada.

Tirar o Conselho Municipal de Turismo do papel significa ir além da criação legal. É preciso garantir que ele funcione, que tenha participação ativa e que represente, de fato, os interesses do território. A composição do conselho precisa ser diversa, equilibrada e, acima de tudo, comprometida.

Quando o conselho atua de forma real e integrada, ele se torna um espaço de construção coletiva. Afinal, as decisões ganham legitimidade, o turismo se organiza e os resultados começam a aparecer. Mas, para isso acontecer, é preciso superar alguns entraves comuns.

Por que tantos conselhos não funcionam na prática?

Um dos motivos mais frequentes é a falta de entendimento sobre o papel do conselho. Muitos membros são indicados sem saber exatamente o que devem fazer. Não participam ativamente das reuniões, não contribuem com propostas e, com o tempo, se afastam. O resultado? O conselho fica esvaziado e sem força para atuar.

Outro problema é a ausência de planejamento. Quando não há um regimento interno claro, pautas bem definidas, calendário de reuniões e metas a serem alcançadas, o conselho perde o foco. As reuniões se tornam repetitivas, improdutivas e, aos poucos, deixam de ser prioridade para quem deveria participar.

Também é comum encontrar conselhos que não têm apoio técnico e político da gestão municipal. Sem apoio da secretaria de turismo, sem suporte administrativo, sem estrutura para reuniões ou para o acompanhamento das decisões, o conselho vira apenas uma formalidade.

O impacto do COMTUR na captação de recursos

Tirar o Conselho Municipal de Turismo do papel também tem relação direta com a captação de recursos. Muitos editais e programas estaduais e federais exigem a existência de um conselho ativo para liberar verbas. Isso porque a governança é uma condição básica para a execução de políticas públicas.

Um conselho estruturado, com atas registradas, decisões documentadas e participação efetiva, fortalece a credibilidade do município. Ele mostra que há organização, transparência e envolvimento das lideranças locais. E isso abre portas para parcerias, convênios e projetos.

Quando o conselho está ativo, ele também ajuda a definir prioridades de investimento, a monitorar o uso dos recursos e a garantir que as ações estejam alinhadas com os interesses do território. Tudo isso contribui para que o turismo cresça com mais consistência.

A importância da formação e do acompanhamento

Outro ponto essencial para tirar o Conselho Municipal de Turismo do papel é a qualificação dos seus membros. Não basta preencher cadeiras. É preciso que as pessoas saibam o que estão fazendo ali, tenham clareza das suas responsabilidades e compreendam a importância daquele espaço.

Oficinas, capacitações e mentorias podem fazer toda a diferença nesse processo. Um conselho que entende sua função atua com mais confiança, propõe soluções, fiscaliza ações e se torna referência no município. A participação deixa de ser protocolar e passa a ser estratégica.

Além disso, o acompanhamento técnico contínuo ajuda a manter o conselho em movimento. Ter um facilitador externo ou uma equipe da secretaria responsável por dar suporte às reuniões, elaborar pautas e monitorar encaminhamentos é uma boa prática que fortalece a governança.

Trabalhar em rede é parte da solução

Tirar o Conselho Municipal de Turismo do papel também exige articulação com outras instâncias e setores. O turismo é transversal. Ele depende da infraestrutura, da cultura, da agricultura, do meio ambiente, da comunicação. Nenhuma decisão pode ser tomada isoladamente.

Quando o conselho se abre para o diálogo e trabalha em rede, ele ganha força. Fortalece sua legitimidade e amplia sua capacidade de articulação. E mais importante: passa a refletir a realidade do território, ouvindo quem está na ponta e precisa ser representado.

Esse trabalho em rede também envolve conselhos de municípios vizinhos, instâncias de governança regional, associações, entidades de classe. Um COMTUR ativo não olha apenas para dentro. Ele entende que o desenvolvimento do turismo precisa de cooperação.

Estou aqui para ajudar seu Conselho

A pergunta que abre esse artigo continua fazendo muito sentido: por que tantos conselhos existem só no papel? Talvez porque ainda não enxergamos o potencial que eles têm quando funcionam de verdade. Talvez porque ainda falte preparo, tempo ou apoio. Mas é possível mudar esse cenário.

Tirar o Conselho Municipal de Turismo do papel é um compromisso com o território. É entender que o turismo precisa de espaço para ser planejado, discutido e acompanhado com seriedade. E que esse espaço deve ser participativo, transparente e estratégico.

Se você sente que o COMTUR da sua cidade precisa sair do papel ou se fortalecer, a Acordum pode te ajudar. Através do nosso método de Gestão de Turismo 360°, apoiamos municípios em todas as etapas, desde a reativação do conselho até a estruturação da governança. Entre em contato com a gente e vamos construir isso juntos.

2 comentários em “Por que tantos Conselhos de Turismo existem só no papel?”

  1. Verus Simas Provenzano

    Parabéns pela matéria, realmente infelizmente os municípios não dão prioridade em ter um Conselho Municipal de Turismo ativo, quando assumi a Secretaria de Turismo o Conselho só existia na lei, e não foi fácil coloca-lo ativo.
    Tivemos uma grande vitória que foi através do real funcionamento do Conselho, colocar Balneário Barra do Sul no Mapa do Turismo, e conseguimos aumentar consideravelmente empresas direcionadas ao Turismo no Cadastur com dois projetos financiados pelo Fungetur.
    Turismo do Encanto e Café da Tia Zeti.
    Mas vamos ajudar a nova administração realmente fazer um Conselho Municipal de Turismo ativo e produtivo.

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